quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tenha em casa poucos copos

Eram 12! Eu contei. E meu marido ia pegando o décimo-terceiro.

Sugeri: lava um...

E ele, com aquela carinha lindinha de "tzz... nem!", fez sinal que não, enquanto enchia mais um copo com água.

Tudo bem que na noite anterior tinhamos recebido um adorável casal de amigos em nosso lar. Mas nem isso justifica o número de copos que se acumulou da noite pro dia, literalmente, na pia duma casa onde moram apenas duas pessoas.

Enquanto lavava cada um daqueles itens repetidos, comecei a repensar minha vida e tentei descobrir em quê eu tinha errado. Como sempre, achei uma explicação. E agora você vai ler e decidir se concorda ou não.

Quando cheguei da lua de mel, percebi que alguns itens faltavam em minha casa. Eu ganhei um jogo de copos lindo, daqueles que não se usa no dia-a-dia. E só! Entre outras coisas, como potes plásticos e talheres, eu precisava com urgência de copos.

Fomos às compras. Entre tapetes e cortinas, providenciei 10 copos plásticos laranja (tudo de plástico na minha cozinha é laranja) para minha casa. Pensei nas visitas que podia receber.

O problema dos copos já estava resolvido quando caí numa armadilha pra mulheres: SUPER PROMOÇÃO de copos. Gente, eram oito copos de vidro por apenas seis reais. Comprei dois jogos!

Eu exagerei nos copos e esqueci dos talheres... não comprei nenhum. Hoje, os talheres são poucos lá em casa quando tem visita, mas quando estão todos pra lavar, somam o máximo de 6, enquanto que os copos, bem, os copos podem ser até 13! Ou mais! O único jeito de evitar é lavando louça o dia inteiro. Concorda?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O dia em que venci o futebol

É isso aí, com apenas 4 meses de casada, realizei um feito que despertaria a inveja de quase todas as mulheres brasileiras. Na última quinta-feira, dia sagrado do futebol do maridão, eu consegui que ele ficasse em casa, fazendo-me companhia.

Tá, não foi esse mérito todo que o título e o parágrafo anterior sugerem. Na verdade, estávamos ambos mal naquele dia. Da minha jornada profissional aquela foi uma quinta de cão, os problemas do escritório me abateram de modo sufocante e eu realmente perdi o controle sobre minhas emoções. Desci o elevador chorando (sem áudio, apenas lágrimas teimosas que decidiram por conta própria escapar-se e escorregar lenta e abundantemente pelo rosto.)

Em contrapartida, o maridinho saiu correndo pra chegar em tempo à consulta onde confirmou uma faringite daquelas. Como prêmio, recebeu uma receitinha cara composta por injeção e antibiótico.

Quando soube da injeção, meu coração malvadamente se alegrou por dentro: yupiiiiii, hoje ele não sai! Vai ficar em casa e de bumbum dolorido pra cima, fazendo-me companhia.

A burrice que sucedeu-se foi minha e aí vai uma dica: mulheres do meu Brasil Varonil, não externem TODAS as suas impressões sobre a vida. Guardar algumas na manga é FUNDAMENTAL!

Voltando à burrice: na primeira farmácia que paramos a fila estava gigantesca e a injeção só seria aplicada após o pgto. Desistimos de esperar e decidimos chegar à outra drogaria perto dali. Voltando para o carro, solto o comentário besta: ixi, depois da injeção tem gente que não vai conseguir jogar... (ai, como me arrependo dessa estupidez!)

A resposta foi imediata: pois é, já pensei nisso. Acho melhor irmos pra casa e depois do futebol eu passo na farmácia... (ódio interno e impedido de ser manifesto! Que burra!)

Chegamos em casa e fui preparar o “de comer”, enquanto mr. Andrey ajeitava as coisas para partir em seguida. Dentro de mim decidi: se esse “mala” sair hoje, depois de ver o meu estado de espírito, aliás, péssimo estado, eu faço greve de 1 ano!!!

A indignação era imensa e irreversível.

Eu adoro ter razão e me incomoda ter que rever as minhas atitudes, mas uma luzinha começou a piscar dentro do cérebro e me obrigou a lembrar de uma orientação recebida ainda antes de casar, no salvador curso de noivos que fizemos: “homens não deduzem ou adivinham as coisas sozinhos. Não adianta dar dicas e indiretas ou fazer caras e bocas, é preciso dizer o que se quer com todas as letras.”

Ainda relutei. Ele TINHA que ser mais compreensivo, mais atento. Não era justo!

Finalmente, pensando na próxima hora e meia em que me consumiria de raiva e sozinha dentro de casa, optei por fazer o certo.

Chamei na “xinxa”, com voz de pelúcia e palavras adocicadas, mas com firmeza, e avisei: hoje é um daqueles dias em que eu realmente não gostaria de ficar sozinha!

Ahhhh... já ia esquecendo: minutos antes eu havia arriscado uma indireta. Comentei que aquele dia eu teria que ir pro futebol, porque ficar sozinha seria horrível.

Então, quando finalmente falei o que sentia, surgiu a contrapartida brilhante: “- mas você não vai comigo?! Claro que não vou te deixar sozinha!”

“Ai, que besta!” Pensei. Mas só pensei, tem coisas que não sou doida de falar.

Respirei fundo e anunciei: Amor (palavra que substitui com perfeição aquela indecente que você gostaria de usar...), você vai jogar o tempo todo e eu vou ficar lá e sozinha do mesmo jeito, já que nenhuma mulher costuma ir ao jogo.

Finalmente, sem ter pra onde correr, meu lindinho que eu amo de verdade se deu conta que naquele dia era melhor esquecer o futebas. E ficou comigo em casa!

A relação continua ótima, obrigada! E eu já posso me gabar de ter vencido o futebol. Uhuuuul!